Senadores do Piauí admitem erros em planejamento de obras estruturantes

Os senadores Ciro Nogueira, do Progressistas, Marcelo Castro (MDB) e Elmano Férrer (Podemos) admitiram na última quarta-feira (22) que a classe política piauiense errou no planejamento de várias obras estruturantes no Estado. Mesmo sem ter ocupado cargos no Executivo nos últimos anos, eles reconheceram que, como políticos, também têm responsabilidade sobre decisões equivocadas de gestores que prejudicam o desenvolvimento do Piauí.

De acordo com reportagem do Piauí Negócios, em debate realizado pelo Movimento Empreender (MOVE), entidade empresarial criada para discutir soluções para o Estado, os senadores citaram algumas obras que ou foram mal planejadas ou não foram priorizadas pela classe política: Rodovia Transcerrados, Centro de Convenções de Teresina, duplicação das BRs 343 e 316 e Aeroporto de Teresina.

Importante canal de escoamento da produção de soja do Piauí, a Rodovia Transcerrados ainda hoje não é asfaltada, o que provoca constante atolamentos de caminhões que trafegam pela via, encarecendo bastante o custo final aos produtores O senador Elmano Férrer disse que o Estado já deveria ter feito a estrada há muito tempo, usando o dinheiro que está gastando para a duplicação da BRs 343 e 316, nas saídas de Teresina. “É uma questão de decisão estratégia. Hoje, o setor produtivo de grãos é o que tem apresentado grande crescimento na economia”, afirmou.

Ciro Nogueira endossou a crítica do colega, dizendo que foi um equívoco o então governador Wilson Martins iniciar a obra de responsabilidade federal com recursos do Tesouro Estadual. “Os acessos a Teresina não foram duplicados até então por não ter falta de dinheiro do governo federal, mas sim por falta de projetos”, comentou o senador.

Sobre o Centro de Convenções de Teresina, os senadores acreditam que a localização atual do local e capacidade do auditório inviabilizam a sua função principal, que é a de sediar grandes eventos. Eles reclamam que não espaço ainda para estacionar veículos. “O correto seria a construção de um prédio em um novo local da cidade”, afirmou Elmano.

O Aeroporto Petrônio Portella também foi citado. Sua localização na parte mais baixa da cidade limita a construção de prédios altos na região central e na zona norte de Teresina, prejudicando a construção civil. Os parlamentares defendem a implantação de um novo aeroporto afastado da zona urbana da capital, para que o atual seja desativado.

Apesar do mea culpa, os senadores ressaltaram que várias obras estruturantes foram feitas no Piauí graças ao trabalho da classe política, seja do executivo ou legislativo. O senador Marcelo Castro enfatizou que o Piauí está bem servido de estradas e possui hoje 220 municípios ligados por asfalto, diferente do cenário em 2003, quando apenas 66 cidades estavam nessa condição. “As críticas da classe empresarial são importantes, mas é preciso reconhecer também os avanços que ocorreram nesse período. O Piauí hoje está muito melhor do que no passado”, frisou o parlamentar.

Os senadores elogiaram a iniciativa do MOVE em promover o debate e enfatizaram a importância da classe empresarial cobrar deles ações importantes para o Piauí. “Não adianta só reclamar, têm que apontar soluções também”, comentou Ciro. Os parlamentares disseram que aguardam outros convites para discutir de forma republicada os problemas do Piauí.

MOVE apresenta lista de obras prioritárias
Durante o evento, o presidente do MOVE, Arthur Feitosa, pediu que a classe política dê mais atenção aos apelos dos empresários e que ouça a categoria antes de tomar decisões estratégicas. Ele ressaltou que o entidade foi criada para facilitar o diálogo com os entes públicos, já que une empresários de todos os setores (primário, secundário e terciário) em torno de um único objetivo. “Aqui estamos todos falando a mesma língua, unidos pelo interesse de estimular o empreendedorismo”, disse o empresário.

Arthur Feitosa, do MOVE, cobrou empenho da bancada federal

A entidade reclamou que o Piauí tem sido prejudicado com ações sem planejamento estratégico, mas apenas pontuais, como a construção de calçamentos nos municípios. “Embora tenham sua importância, [os calçamentos] não contribuem para o desenvolvimento do Estado como um todo”, afirmou Arthur Feitosa.

O MOVE citou uma lista com as principais obras que precisam ser priorizadas ou modificadas pra ajudar o setor produtivo do Piauí. A entidade as consideram gargalos que emperram o crescimento das empresas e, consequentemente, do Estado. São elas:

Prolongamento da duplicação da BR 343 até chegar a Altos e da BR 316 até chegar Demerval Lobão, com as duas origens partindo de Teresina
Conclusão das obras previstas dentro do contorno rodoviário de Teresina – pontes e viadutos na zona urbana
Centro de Convenções de Teresina - O MOVE defende a construção de um novo centro de convenções no Parque de Exposições Dirceu Arcoverde.
Conclusão da primeira etapa da rodovia Transcerrados, bem como o asfaltamento de toda sua extensão
Aceleração das obras da Adutora do Litoral
Porto de luís correia - Retomar a discussão para identificar a verdadeira vocação do porto
Transnordestina - Retomada da obra, priorizando o trecho que liga o Piauí ao porto de Pecém
O líder da bancada, Átila Lira, falou sobre as obras de 2020

Bancada garante mais de R$ 200 milhões em obras de infraestrutura para 2020
O deputado federal Átila Lira, do Progressistas, coordenador da bancada federal do Piauí em Brasília, também esteve presente no evento e disse que os parlamentares destinaram R$ 200 milhões em emendas de bancada pra obras estruturantes em 2020. São elas:

1 - Recuperação da Rodovia PI 130 (trecho Teresina-Amarante) - R$ 13,8 milhões
2 - Restauração da Rodovia PI 140 (trecho Floriano-São Raimundo Nonato) - R$ 22,9 milhões
3 - Restauração da Rodovia PI 112 (trecho Teresina-Porto) - R$ 22,9milhões
4 - Construção da Rodovia PI 1213 (trecho Esperantina-Caraúbas) - R$ 16milhões
5 - Adequação do trecho BR 316 (duplicação até Demerval Lobão) - R$ 30,8 milhões
6 - Restauração de rodovia estadual até o entroncamento com a BR 343 (Sebastião Leal, Uruçuí, Ribeiro Gonçalves até Baixa Grande do Ribeiro) - R$ 49,2milhões
7 - Pavimentação do trecho Buriti dos Montes – Cachoeira da Lembrada - R$ 17,9milhões
8 - Restauração da Rodovia PI 141 (São João do Piauí-Canto do Buriti) - R$ 14,4milhões
9 - Manutenção trechos rodoviários do Piauí - R$ 1 milhão
10 - Adequação BR 343 (Contorno rodoviário de Teresina - Km 341 ao 349) - R$ 20 milhões
11 - Construção BR 235 (trecho da Divisa Piauí/Bahia até divisa Piauí/Maranhão) - R$ 38 milhões


Fonte: pinegocios.com.br
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