Profissionais de academias de atividades físicas denunciam que estão sendo perseguidos durante fiscalização do Conselho Regional de Educação Física no Piauí (CREF15). De acordo com os profissionais, há constrangimento e truculência nas abordagens do ficais do CREF15.
O presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física do Estado do Piauí (APEF-PI), Demóstenes Ribeiro, afirmou que profissionais relataram insatisfação acerca das vistorias e apontam ainda abordagem truculenta por parte dos fiscais.
“Existe uma reclamação unânime sobre a forma como todo o segmento é abordado pelos fiscais do CREF. Como eu tenho rodado bastante pelo Piauí, tenho recebido muitas reclamações do CREF dos colegas”, explica.
Uma profissional de educação física, que preferiu não se identificar, disse que os fiscais do CREF15 chegam com grosserias e falta de educação.
“De repente, os fiscais do CREF15 chegaram com a polícia em nossa academia com a maior grosseria, causando constrangimento em nossos alunos e no nosso professor de dança, o Juan. Eles chegam coagindo as pessoas e não deixam ninguém se pronunciar. Chegam intimidando, com abuso de poder, humilhando. Nosso colega, o professor Juan, tentou provar que estava legal, mas eles não querem saber. Os nossos profissionais foram autuados e intimidados”, critica.
O professor Sérgio Renato Souza, coordenador-geral da Zumba no Norte/Nordeste e especialista em dança e fisiologia do treinamento desportivo e didático, afirma que o CREF 15 não pode fiscalizar profissionais de dança
“O CREF tem um entendimento errado sobre essa questão da Lei. Existe uma resolução, a 497, que deixa claro que eles não podem fiscalizar profissionais de dança. Esse entendimento há muitos anos deu muita confusão no país. É tanto que o Conselho Superior de Justiça promulgou essa lei que não diz respeito só a profissionais de dança, mas também profissionais de artes marciais, ioga. Agora, nós temos três problemas muito sérios: O CREF é uma instituição desorganizada, pois eles têm um órgão superior que o Cofef, que é nacional e tem os órgãos locais, que são os CREFs regionais. Nós temos um documento onde o Cofef manda para todos os CREFs que não fiscalizem aulas de zumba, pois é dança. Mas mesmo assim eles não seguem”, critica.
De acordo com o professor Sérgio Renato, cada CREF segue seu posicionamento de forma arbitrária.
Cada CREF age de forma arbitrária, segundo o seu entendimento e não seguem as normativas do conselho nacional. Então, isso começou a se tornar tão sério que os professores começaram a entrar na Justiça contra o CREF, sendo que de todos os processos impetrados, o CREF não ganhou nenhum. O entendimento que os juízes têm é que a dança é uma expressão cultural que vai muito além da educação física. Então a Justiça deu ganho de causa aos professores de dança e o CREF começou a pagar indenização e pagar as custas dos advogados. Alguns professores começaram a entrar na Justiça por danos morais contra as atitudes dos ficais do CREF, que são pessoas extremamente despreparadas”, lamenta
O outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria do CREF15, mas o número fornecido não tinha retorno. No entanto, o espaço fica aberto pra possíveis esclarecimentos.
Da Redação