Militares dos EUA estão entre mortos das explosões em Cabul, diz Pentágono

O Pentágono — sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos — confirmou hoje que militares americanos estão entre as vítimas das duas explosões do lado de fora do aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão. O órgão não citou números, mas informações divulgadas pela agência Reuters e o Wall Street Journal apontam ao menos quatro militares dos EUA mortos.

“Podemos confirmar que militares americanos foram mortos hoje no ataque ao aeroporto de Cabul. Outros foram feridos e estão sendo tratados. Também sabemos que alguns afegãos foram vítimas desse ataque hediondo. Nossos pensamentos e orações vão para as pessoas queridas e os colegas de todos aqueles que morreram ou ficaram feridos”, disse em nota John Kirby, assessor de imprensa do Pentágono.

O Talibã, grupo fundamentalista que agora comanda o Afeganistão, repudiou as explosões em Cabul. Em comunicado, os extremistas disseram que o ataque aconteceu em uma área que ainda está sob controle militar dos EUA.

“O Emirado Islâmico [do Afeganistão, nome adotado pelo governo talibã] condena veementemente o bombardeio de civis, ocorrido em uma área onde as forças dos EUA são responsáveis pela segurança. O Emirado Islâmico está dando muita atenção à segurança e proteção de seu povo”, escreveu o porta-voz Zabihullah Mujahid em uma rede social.

Um outro oficial do Talibã informou à AFP que “de 13 a 20 pessoas” morreram nos dois ataques, entre elas crianças. Outras 60 ficaram feridas e foram levadas ao Centro Cirúrgico de Cabul. A informação também foi confirmada pela ONG (Organização Não Governamental) Emergency, que oferece tratamento médico gratuito às vítimas de guerras e pobreza.

“Nosso hospital em Cabul já estava com ocupação em 80% antes das explosões. Agora disponibilizamos leitos extras para receber os feridos vindos do aeroporto e que correm risco de morrer”.

11 dias de Talibã
Capital do Afeganistão, Cabul foi tomada no último dia 15 pelo Talibã. O ato foi a maior movimentação do grupo em quase 20 anos, e foi feito sem muita resistência, de acordo com relatos vindos do país.

Até a véspera (14), os extremistas haviam conquistado províncias que ficavam localizadas ao redor da cidade, como uma forma de montar um cerco estratégico para avançar até Cabul. O presidente Ashraf Ghani e seu vice, Amrullah Saleh, deixaram o país horas após a entrada do Talibã na capital.

É a primeira vez desde outubro de 2001 que o grupo volta à capital. O risco de tomada de Cabul já era alertado por especialistas, que viam com apreensão a saída total das tropas americanas do Afeganistão depois de 20 anos de ocupação.

Fonte: Folhapress

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