Com a oficialização da indicação de Geraldo Alckmin (PSB) para o cargo de vice na chapa do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta segunda-feira (11) por Brasília uma sequência de viagens para discutir alianças e palanques estaduais.
Os eventos também servirão para responder às críticas internas de que Lula está demorando a sair pelo país em campanha e de que só “fala para convertidos”.
O petista tem nesta noite um jantar com um grupo de senadores que o apoiam em vários partidos. Estarão presentes de Renan Calheiros (MDB-AL), a Omar Aziz (PSD-AM), Acir Gurcacz (PDT-PR) e Katia Abreu (PP-TO).
Embora sejam quase todos de oposição a Bolsonaro, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), diz que é um encontro “de frente ampla”.
“Será um jantar simbólico, de frente ampla para derrotar Bolsonaro”, diz ele, que tem colaborado nas discussões para a montagem da estratégia de campanha de Lula.
Haverá, porém, uma ampla maioria de emedebistas no evento, que será na na casa do ex-senador Eunício Oliveira: Veneziano Vital do Rego, que disputa o governo da Paraíba em aliança com o PT, Jackson Barreto, de Sergipe, e Marcelo Castro do Piauí estão entre eles. Senadores do PT também vão.
A romaria lulista deverá servir como alento para setores do PT e de siglas aliadas que manifestavam preocupação diante de sinais de “letargia” na campanha do PT.
Um dos aliados de Lula confirmou à equipe da coluna que, em reunião com a cúpula do partido na última quinta-feira, houve consenso de que o petista deveria iniciar o quanto antes as viagens pelo Brasil e acertar o tom de suas declarações públicas, convergindo para o centro.
Depois de Brasília, onde ainda vai receber uma homenagem de povos indígenas, Lula vai a Belo Horizonte para conversar com o prefeito Alexandre Kalil, do PSD, que vai disputar a eleição contra o governador Romeu Zema, do Novo.
Segundo conselheiros do ex-presidente, Lula ainda vai a sete estados até o final de maio: além do Distrito Federal e de Minas Gerais, ele participará de eventos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Pará e Amazonas. Datas ainda não foram determinadas e os roteiros ainda não foram detalhados.
Mas a ideia, segundo estes mesmos aliados, é que Lula comece a correr o país o quanto antes. No rol de estados estão dois dos principais colégios eleitorais do país, Minas e São Paulo, além de um estado histórico para o PT, Rio Grande do Sul. Chama atenção, por sua vez, Santa Catarina, que conferiu 66% dos votos a Jair Bolsonaro em 2018.
Chama atenção que na lista, considerada preliminar, não figurem estados do Nordeste, onde o PT historicamente detém larga margem sobre adversários.
Um petista com relação de longa data com Lula e que deverá integrar a campanha presidencial em uma posição de destaque afirmou que o ex-presidente deverá visitar a região em breve, mas chamou atenção para a importância estratégica de estados onde o jogo ainda não está ganho.
Assim, Lula pretende chegar ao evento de lançamento de sua pré-candidatura com Alckmin, no dia 30 de abril, no Anhembi, com a sola do sapato gasta.
Fonte: globo.com