O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou nesta terça-feira (13) que está perdendo o apoio de sua base e que seu entusiasmo está diminuindo. Mesmo assim, ele afirmou que não tomará nenhuma medida que possa causar tumulto no país, mas deixou claro que tem uma mensagem para o governo federal. “O governo tem de se preparar para conviver com quem pensa diferente e dialogar com quem pensa diferente”, declarou.
Em entrevista ao Jornal das Dez, da GloboNews, ele afirmou que o desenho da Esplanada dos Ministérios, feito ainda na transição, não teve o rendimento esperado pelo governo. “No governo atual, o presidente Lula optou por fazer na transição um desenho da sua Esplanada dos ministérios”, disse.
O governo Lula enfrentou grandes obstáculos ao tentar aprovar a Medida Provisória que visava reestruturar a Esplanada na Câmara devido à falta de habilidade na articulação política.
“Não há uma linha, um senão, que a Câmara tenha imposto ao governo em matérias essenciais ao Estado”, afirmou. Lira ressaltou que a Casa não foi obstáculo para nenhuma votação do Poder Executivo e deu como exemplos as aprovações do arcabouço fiscal e da MP dos Ministérios.
“Eu tenho que olhar para todos os partidos na Câmara. Não estou formando base para mim, não há interesse velado meu a não ser fazer um bom papel para o País”, disse.
Lira comparou a relação do governo com MDB, PSD e União Brasil com a do Centrão e rechaçou críticas de que o grupo político faz “toma lá dá cá”. “Quando o MDB, PSD e União Brasil ocupam ministérios não é toma lá, da cá e nem troca, mas para continuar no mesmo sistema que o próprio governo criou ou escolheu, passa a fazer moeda de troca (com o Centrão)”, disse.
Fonte: terra.com.br
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