MENSAGEM ATRAVANCADA
Nos 168 anos de TERESINA, PREFEITO FIRMINO FILHO publicou simpática mensagem. Confesso que não acreditei nas escorregadas no português do meu notável ex-aluno, dentre os melhores do DIOCESANO. “As vezes(cadê a crase e a vírgula?) quando você está imerso em desafios tão difíceis(cadê a vírgula aqui?) como o(OS QUE) que estamos vivendo agora com a pandemia, você esquece de tudo(CORTA ESTE “DE”, ERRO DE REGÊNCIA) que te trouxe até aqui (TE, SEGUNDA PESSOA, SE O TRATAMENTO VINHA SENDO “VOCÊ”, TERCEIRA PESSOA?).
Nesses momentos, é preciso respirar. Olhar em volta e perceber de que matéria prima a força ativa do mundo é feita.
Em um dia como esse, (ESTE 16 DE AGOSTO) me pego pensando em como comemoraríamos. Teria bolo coletivo, abraços compartilhados, festa na PONTE ESTAIADA, todas as cores de uma cidade que é diversa. Teria os risos das crianças no parque, a conversa boa das senhoras na saída da igreja, o caranguejo em final de semana. Quando a gente fecha os olhos é capaz de sentir cada detalhe com força e saudade. Mas é preciso dizer e repetir: tudo isso ainda está aqui. Vivo, forte e pujante.TERESINA é muito mais que cinco meses de uma crise dolorosa, que nos fez conviver com tantas perdas. Não, elas nunca serão esquecidas. Mas Teresina continua aqui. Pronta e nos esperando para construir sua nova história.
Parabéns, minha cidade.
BEM-VINDO/BEM-VINDA
PROFESSOR e ADVOGADO JOSÉ DO EGITO enviou preciosa pergunta: “PROFESSOR JOSÉ MARIA, me tire uma dúvida: eu posso dizer: “seja bem-vindo para ambos os sexos”?”
Caro JOSÉ DO EGITO, os termos BEM-VINDO (masculino) e BEM-VINDA (feminino) são adjetivos, portanto concordam em gênero e número: BEM-VINDO, professor, à minha coluna; BEM-VINDOS, professores, à minha casa; BEM-VINDA, minha filha, à chácara; BEM-VINDAS, amigas, à minha chácara.
PROFESSORA DE PORTUGUÊS
A jovem MARIANA ROBERTA reproduziu dois trechos extraídos de uma rede social e comentou: ”Professor JOSÉ MARIA, li duas mensagens e descobri duas falhas de REGÊNCIA VERBAL. Será que estou errada?”
De maneira alguma, nobre professora. Vejamos:
“Minha mãe já dizia que eu tenho um defeito pouco apreciado: teimoso para caramba. Mas se eu não fosse perseverante, eu não teria coragem de chegar onde eu sempre quis.”
O verbo CHEGAR rege com PREPOSIÇÃO A, portanto, “Chegar Aonde sempre quis”.
“A dor de um pai ao ver o estado que seu filho vive na rua, escravo das drogas…”
Falta a preposição EM neste trecho: “… um pai ao ver o estado EM que seu filho vive na rua…”
Querida MARINA, parabéns pela atenção a certos deslizes gramaticais, como as falhas de REGÊNCIA VERBAL ou NOMINAL, tão comuns, mas pouco observáveis, porque, em geral, revelam a presença ou não de uma PREPOSIÇÃO. Erros de CONCORDÂNCIA, porém, são bem mais visíveis e auditíveis.
José Maria Vasconcelos
josemaria001@hotmail.com