Chuva deixa desabrigados e mortos em Minas Gerais

Ao menos duas pessoas morreram hoje em decorrência das fortes chuvas em Minais Gerais. Os temporais provocaram alagamentos e deslizamentos de terra na capital e em diversos municípios do estado.

Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, 1940 pessoas estão desalojadas e tiveram que deixar suas casas, sendo que desse total 403 estão desabrigadas e precisaram ser levadas para abrigos públicos. Uma pessoa se feriu na cidade de Abre Campo, a 216 km da capital.

Uma mulher e um bebê de seis meses morreram soterrados em um deslizamento no bairro de Vila Ideal, em Ibirité, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, segundo o Corpo de Bombeiros. Os bombeiros suspeitam que as vítimas sejam mãe e filha, mas a informação ainda não está confirmada.

Outras duas pessoas –uma mulher e uma criança– ainda são procuradas no mesmo soterramento. A casa onde as quatro vítimas estavam foi atingida por um deslizamento ocorrido na manhã de hoje.

Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, as buscas continuarão durante a noite e torres de iluminação estão sendo providenciadas no local.
Presas transferidas

Quarenta detentas do presídio feminino de Rio Piracicaba, a 130 km de Belo Horizonte, tiveram que ser transferidas preventivamente para outras cadeias em virtude das chuvas na região.
Sinais de alerta

Segundo o tenente-coronel Flavio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, a situação no Estado passou de emergência hidrológica (risco de cheias) para geológica (risco de deslizamentos), pois o solo está muito encharcado e instável. Se árvores surgirem inclinadas ou muros de arrimo começarem a ceder, as autoridades devem ser informadas.

A Defesa Civil de Belo Horizonte informou que novas chuvas de diferentes intensidades ocorrerão nas próximas horas e pediu que a população redobre atenção. Novo alerta foi emitido às 16h48 e indica chuvas de intensidade moderada e forte na capital mineira pelas próximas três horas.

De acordo com boletim do órgão divulgado nesta manhã, houve rompimento de uma barragem de reservatório de água em Aricanduva (a 400 quilômetros de Belo Horizonte) com consequente elevação do nível de água do rio São Lourenço, que corta o município. Algumas edificações construídas às margens foram atingidas, mas não houve vítimas e os danos materiais ainda não foram contabilizados.

O Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) divulgou um boletim informando que as chuvas fortes vão persistir no estado.
Chuva quebra recorde histórico em Belo Horizonte

As chuvas que atingem Belo Horizonte desde a noite de quinta-feira (23) quebraram um recorde histórico na cidade. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), entre 9h01 de ontem e 9h de hoje, o acumulado foi de 171,8 mm —o maior volume em 24 horas desde o início das medições, em 1910.

Antes disso, o maior volume já registrado na capital mineira era do dia 14 de fevereiro de 1978, quando o acumulado em 24 horas foi de 164,2 mm.

Ao UOL, o Inmet informou que o mau tempo tende a se estender pelo menos até a manhã do domingo. Às 15h26, a Defesa Civil de Belo Horizonte informava que a chuva forte na cidade se concentrava nas regiões oeste e centro sul, mas foram registrados alagamentos nas nove regiões administrativas da capital.

A avenida Cristiano Machado, uma das vias mais importantes da cidade, ficou alagada na altura da estação São Gabriel e foi interditada por quase duas horas, apesar disso a estação não chegou a ser interditada.

O acumulado das chuvas do mês de janeiro de 2020 ainda supera muito a média do mesmo período em anos anteriores: são 666,8 milímetros no acumulado do primeiro mês deste ano, contra 329,1 da média de janeiro de todos os anos. O maior volume acumulado no período foi registrado em 1985, quando o acúmulo nos 31 primeiros dias do ano foi de 850,3 milímetros.

  • (Com Agência Brasil)

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