Ucrânia acusa Rússia de desrespeitar cessar-fogo parcial e adia retirada de civis

Após a Rússia anunciar neste sábado (5) um cessar-fogo parcial, autoridades ucranianas acusaram as forças de Vladimir Putin de não cumprir o acordo e adiaram plano para retirada de civis na cidade de Mariupol, no sudeste do país.

Mais cedo, Moscou disse que interromperia os ataques em cidades da Ucrânia para estabelecer os chamados corredores humanitários e permitir a fuga de civis. Seria o primeiro cessar-fogo desde o início dos conflitos, em 24 de fevereiro.

O acordo, em vigor desde as 10h no horário de Moscou (4h em Brasília), inclui somente as cidades de Mariupol e Volnovakha, que estão cercadas pelas forças russas.

Ainda pela manhã, entretanto, o Legislativo de Mariupol acusou as tropas russas de não respeitarem a trégua. “Estamos negociando com o lado russo para confirmar o cessar-fogo em toda a rota de evacuação”, disse em comunicado.

Mais tarde, a prefeitura de Mariupol pediu aos moradores que retornassem aos abrigos da cidade “por razões de segurança”. Em Volnovakha, a retirada de civis também foi frustrada.

“A Federação Russa começou a bombardear Volnovakha com armas pesadas”, disse a ministra para Territórios Ocupados, Irina Vereshchuk. “Apelamos à Rússia que acabe com o bombardeio e devolva o cessar-fogo para que crianças, mulheres e idosos possam deixar os assentamentos.”

Membro da Defesa russa, Mikhail Mizintsev acusou os nacionalistas ucranianos de impedir a saída dos civis.

“Posições das Forças Armadas russas foram bombardeadas em Mariupol e houve disparos contínuos em Volnovakha”, disse Mizintsev. “Um prédio residencial foi explodido em Mariupol e até 200 pessoas podem estar sob os escombros, incluindo idosos e crianças”.

Ele disse que a Rússia cumpriu com todos as condições estabelecidas para o cessar-fogo e que as Forças Armadas ucranianas aproveitaram a pausa para se reagrupar.

Em Mariupol, a operação para retirada dos moradores estava prevista para começar às 11h (6h em Brasília. Nesta sexta (4) o prefeito da cidade, Vadim Boichenko, disse que a região era alvo de “ataques implacáveis” e que estava “bloqueada” pelos militares russos. Os moradores estão sem água e eletricidade há dois dias.

“Por enquanto estamos procurando soluções para os problemas humanitários e todas as formas possíveis de tirar Mariupol do bloqueio”, disse Boichenko. Além da retirada de civis, autoridades também planejavam levar remédios e outros suprimentos básicos à cidade.

Fonte: Folhapress

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