80 prefeitos mobilizados nos 6 Encontros Sobre Lixo e Lixões – (II)

Os governadores Wellington Dias (PT) e Rafael Fonteles (PT) tomaram uma decisão inédita e acertada, que nenhum outro governante estadual tivera a ousadia e a audácia de pô-la em execução: a solução do gravíssimo problema da coleta e do destino do lixo urbano, cuja matéria-prima e/ou resíduos sólidos são jogados aleatoriamente, sem nenhum cuidado, nos aterros urbanos, às margens das estradas municipais, estaduais e federais, servindo de “habitat” de animais perniciosos à saúde humana como ratos, baratas, sapos, urubus, moscas varejeiras etc.; e uma gama de insetos e mosquitos; e de onde proliferam e transmitem doenças as mais variadas, especialmente às pessoas que residem e/ou moram nas proximidades desses depósitos a céu aberto de lixos e lixões.

​Evidentemente se fosse fácil uma solução para a coleta e destino do lixo, os gestores públicos municipais já teriam adotado, porquanto nada mais grave e preocupante para um prefeito do que manter uma cidade limpa e destinar corretamente o lixo recolhido, notadamente nas sedes urbanas.

​Há séculos, portanto, que esse problema não é solucionado. E a resolução permanece muito grave no município, no Estado, no Brasil e no planeta. Há bilhões de toneladas de lixo amontoadas no planeta e causando doenças gravíssimas à população, sendo esta a sua vítima predileta.

​A solução apresentada, então, era o lixo ser destino aos aterros sanitários e/ou depositá-lo em áreas às margens das estradas, sem nenhuma técnica, e onde vários animais se alimentam e habitam; e ainda transmitem doenças graves às pessoas que residem nas proximidades desses lixões.

​Além de um grave atentado à saúde pública, esses lixões produzem o “chorume”, também extremamente letal ao homem, porque polui gravemente o meio ambiente, o ar, a terra e os lenções freáticos, assim como os oceanos, mares, rios, riachos, brejos, riacho de minação, lagos, lagoas etc.

​Vendo, entretanto, esta realidade, digamos letal dos lixos e lixões, o Instituto de Águas e Esgotos do Piauí – IEA-PI, autorizado pelo Senhor Governador Wellington Dias (PT), contratou os serviços do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT para processar os estudos e diagnósticos dos lixões e lixo e fazer a PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradas pelos lixões.

​E trazer empresa especializada no aproveitamento integral do lixo (que não sobra nada para enterrar) para processar o lixo recolhido diariamente na sede urbana, bem como os passivos existentes nos lixões.

​O município de Picos, como fato inédito, e relevante, iria receber a primeira usina de tratamento integral do lixo, porém, acordos inusitados entre o Ministério Público de Picos e a prefeitura sucumbiram à tecnologia científica que seria utilizada e retornaram ao passado obscuro de enterrar lixo nos lixões; ou levar as 100 toneladas de lixo recolhidos em Picos para enterrar em Água Branca, cidade às margens do Rio Parnaíba, colocando, mais ainda em risco, o subsolo e o lençol freático da Microrregião de Água Branca para, no futuro, bem próximo, atingir integralmente às águas do Rio Parnaíba e toda a malha hídrica que abastece o maior rio do Piauí, ocasionando seríssimo problema de saúde pública a milhares de habitantes das cidades que margeiam o Velho Monge.

​O menosprezo, a decisão desidiosa, e a indiferença do Ministério Público de Picos, com a ciência e a tecnologia, que seriam aplicadas com a instalação da usina biomecânica, que deveria ser implantada em Picos, para processar o lixo recolhido diariamente na sede urbana e todo o passivo dos lixões, mas parece (digo parece) que o diagnóstico do lixão de Picos e o PRAD da área degradada, elaborados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT e contratados pelo Governo do Estado, justificaram o cancelamento do evento licitatório para coleta de lixo em Picos.

​Entretanto, inobstante esses obstáculos transponíveis em nosso caminho, como o ocorrido em Picos, prevalece a decisão do Governador Rafael Fonteles em iniciar a solução inédita de implantar a Usina Biomecânica em Piripiri e continuar com os estudos científicos para acabar com os lixões em todo o território piauiense; Com a proeminência do Piauí no Nordeste, parcialmente no Brasil, quanto às usinas biomecânicas de tratamento integral do lixo orgânico e inorgânico, além das podas, transformando todo o lixo em material de valor agregado, como tijolos, telhas, canos para irrigação, meio fio, gás, biogás e fertilizante.

MAGNO PIRES é Diretor-geral do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí – IAE-PI, Ex-Secretário de Administração do Piauí e ex-presidente da Fundação CEPRO, advogado da União (aposentado), professor, jornalista e ex-advogado da Cia. Antáctica Paulista (hoje AMBEV) por 32 anos e Vice-presidente da Academia Piauiense de Letras-APL.

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