O Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí – CRM-PI – emitiu comunicado nesta quinta-feira (22) afirmando que os números de leitos clínicos e de UTIs são insuficientes para as demandas já existentes mesmo antes da Covid-19. De acordo com o CRM-PI, os hospitais de campanha têm que estar de sobreaviso até que haja o controle absoluto da pandemia, além de toda a melhoria na rede existente.

O CRM-PI afirma que mesmo com o alerta da chegada de nova onda de de covid-19 no Brasil no final de 2020, o governo não se preparou e fechou hospital de campanha.

“Estado do Piauí não fez o trabalho de prevenção a contento. Com o fechamento do hospital de campanha instalado no Ginásio Verdão, o resultado se refletiu desde meados de fevereiro de 2021, quando hospitais ficaram superlotados e houve até mortes por falta de leitos de UTI. Para o CRM-PI, os gestores não foram pegos de surpresa, pois já existiam alertas que mostravam novas ondas a caminho em todo o Brasil, com picos elevados de aumento da doença. O Governo deveria ter se preparado melhor”, afirma o CRM-PI.

Conforme o CRM, já um alerta de uma terceira e o Governo tem que estar a um passa à frente.

“O alerta de uma terceira onda poderá se confirmar e o governo tem que estar um passo à frente para evitar até mesmo que pacientes cheguem ao extremo de perderem suas vidas, por falta de leitos e também por atendimento clínico tardio, elevando o grau de complicações da Covid-19 no organismo”, finaliza.

Confira o comunicado do CRM-PI na íntegra:
Para o Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí – CRM-PI para se manter a saúde plena da população é determinante prevenir, diagnosticar e tratar. Os gestores precisam ter em mente que a prevenção está acima de tudo. Nessa pandemia de Covid-19, o foco deve ser constante, mantendo o pleno funcionamento de insumos, equipamentos, corpo clínico, hospitais em pleno funcionamento e em estado de alerta, rastreamento de casos para devidas medidas, como o isolamento obrigatório, entre outros. Como em todo o Estado, o número de leitos clínicos e de UTIs são insuficientes para as demandas já existentes mesmo antes da Covid-19, entende-se que os hospitais de campanha devam estar de sobreaviso, até que haja o controle absoluto da pandemia, além de toda a melhoria na rede existente.

Quando todos foram alertados para a chegada de nova onda, tanto por epidemiologistas do Brasil, quanto da OMS, ainda no final de 2020, o Estado do Piauí não fez o trabalho de prevenção a contento. Com o fechamento do hospital de campanha instalado no Ginásio Verdão, o resultado se refletiu desde meados de fevereiro de 2021, quando hospitais ficaram superlotados e houve até mortes por falta de leitos de UTI. Para o CRM-PI, os gestores não foram pegos de surpresa, pois já existiam alertas que mostravam novas ondas a caminho em todo o Brasil, com picos elevados de aumento da doença. O Governo deveria ter se preparado melhor.

Com relação ao hospital de campanha do Verdão, inaugurado pelo Governo do Estado ainda em maio de 2020, todos os leitos eram voltados somente para pacientes clínicos, ou seja, leitos de enfermaria; não havia leitos de UTI, esta que é a grande necessidade para a doença. Após o fechamento desse hospital e com o aumento de casos e de mortes, o Governo passou a estruturar ainda no final de 2020 o Hospital da Polícia Militar, em Teresina, para tratamento Covid. Assim, foi montada UTI para 10 leitos, posteriormente ampliada para 20 leitos, no total, e uma ala já existente de leitos de enfermaria com 28 leitos, tendo esta ainda capacidade para ampliar para mais 32, o que totalizariam 60 leitos clínicos. Ou seja, uma estrutura pronta que já existia, não havendo uma necessidade de investimentos de milhões de reais na criação de um hospital de campanha, que seria desativado em pouco tempo.

Com pouca vacinação e ainda o alerta de que possa existir uma outra onda da doença, somado a decretos tímidos de contenção da disseminação do vírus, espera-se que o Governo do Estado e prefeituras no Piauí compreendam a importância de medidas preventivas rígidas e também de tratamento e contenção da doença como prioridades.

Quanto à falta de profissionais para atendimento nos hospitais estaduais do Piauí, como médicos especialistas, enfermeiros, fisioterapeutas e todo o corpo que envolve a área hospitalar de urgência e emergência, há muitos anos que ações deste CRM e de órgãos de fiscalização, como o Ministério Público, Defensoria Pública e Ministério do Trabalho têm sido feitas, como ações inclusive judiciais para criação de concurso público. Desde 2015, quando foi criado o Fórum Interinstitucional Permanente em Saúde do Estado do Piauí, presidido por este Conselho de Medicina, tem havido discussões, denúncias e encaminhamentos no sentido de que o governo deveria abrir concursos para preenchimentos de vagas, em decorrência da falta de profissionais de saúde, o que quase nada foi feito, havendo somente abertura de seletivos para preenchimento temporário, até com contratos precários.

Para o CRM-PI, o alerta de uma terceira onda poderá se confirmar e o governo tem que estar um passo à frente para evitar até mesmo que pacientes cheguem ao extremo de perderem suas vidas, por falta de leitos e também por atendimento clínico tardio, elevando o grau de complicações da Covid-19 no organismo.

Com informações do CRM-PI

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