Thiago Braz mais uma vez chocou o mundo. Campeão olímpico no Rio de Janeiro, em 2016, sem nenhum favoritismo, o brasileiro chegou mais uma vez à final das Olimpíadas de Tóquio sem chamar muita atenção. Ao passar o sarrafo a 5,87m, ele chegou à sétima melhor marca de sua carreira para conquistar a medalha de bronze.

Braz não passava dos 5,82 m desde 2019, quando foi terceiro colocado na prova da Liga Diamante de Mônaco com 6,92 m. Em toda a sua carreira, ele só passou dos 5,87m sete vezes — uma delas, hoje.

Assim como nas qualificatórias, Thiago Braz chegou tímido. Alguém que estivesse despercebido não imaginaria que o brasileiro é o atual campeão da prova nas Olimpíadas e bateu até o recorde olímpico na Rio-2016 ao saltar 6,03m para a medalha de ouro no Estádio Nilton Santos.

Em 2016, Braz também não era favorito e superou o francês Renaud Lavillenie, que saltou 5,98m e não conseguiu repetir o feito do brasileiro. Mais uma vez longe do favoritismo, que estava com o sueco Armand Duplantis, de 21 anos, atual recordista mundial da prova, que saltou 6,15m ao ar livre e 6,18m em ambiente fechado em 2020, o brasileiro avançou devagar pelas menores alturas.

Em seu primeiro salto, passou sem dificuldade pelos 5,55m. Nos 5,70m e nos 5,80m, precisou de duas tentativas, mas ficou entre os oito melhores. Nos 5,87m, o brasileiro passou de primeira, superando sua melhor marca da temporada, que era de 5,82m, e sendo o primeiro dos concorrentes a passar de fase. O sarrafo eliminou a maioria dos concorrentes: apenas ele e o americano Christian Nielsen passaram, enquanto Duplantis e Lavillenie preferiram saltar apenas os 5,92m.

O francês que reclamou da torcida brasileira no Rio de Janeiro, lesionado, não conseguiu passar dos 5,92m em suas duas tentativas restantes. Sem ter passado pelos 5,87m, parou nos 5,80m, e deu a medalha de bronze para Thiago Braz. O brasileiro ainda tentou superar o sarrafo em 5,92m, mas não conseguiu. Duplantis e o americano Nielsen foram para a disputa do ouro.

Concorrentes pelo caminho
Como todo caminho de vitória, a “sorte” também foi companheira.
Se não fez um ciclo olímpico tão empolgante, Thiago Braz viu o bicampeão mundial Sam Kendricks ficar de fora das Olimpíadas ao contrair covid-19. Este foi só o primeiro concorrente que ficou pelo caminho.

Já na decisão em Tóquio, o polonês Piotr Lisek, o filipino Ernest John Obiena, americano KC Lightfoot e o grego Emmanouil Karalis não passaram dos 5,87m. Os quatro eram vistos como adversários diretos do brasileiro pelo pódio.

Em um salto no aquecimento, o francês Renaud Lavillenie, medalha de prata na Rio-2016 e dono da segunda melhor marca de 2021, acabou se machucando. Com dores no tornozelo, ele se poupou em vários saltos, não passou dos 5,87m na primeira tentativa e tampouco conseguiu superar o sarrafo em 5,92m.

A fase qualificatória
Braz chegou tímido para as classificatórias. Em sua primeira tentativa, ele perdeu velocidade no fim da corrida e não conseguiu saltar 5,50m. Na segunda corrida para a marca, o brasileiro passou com facilidade. Seu salto foi muito eficiente, passando muito longe do sarrafo após uma ótima corrida.

Em seu terceiro salto, Braz passou bem pelos 5,65m na primeira tentativa, subindo muito e passando mais alto que o objetivo. No quarto salto, de 5,75m, não conseguiu passar pelo sarrafo, após bater a perna e derrubá-lo. Na segunda tentativa, confirmou a marca com um ótimo salto para chegar a decisão.

Fonte: Folhapress

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