O ex-ministro Sérgio Moro, pré-candidato à presidência da República, criticou, em entrevista a TV Cidade Verde nesta segunda-feira, o atual momento econômico do governo Bolsonaro, com desemprego e a economia estagnada. Moro também afirmou que a CPI proposta pra investigar atuação na empresa Alvarez & Marsal é uma retaliação dos políticos com medo de sua pré-candidatura.
“Hoje, o momento é de pessoas desempregadas. Temos casos tristes de pessoas passando fome, como a fila do osso, por exemplo. Isso é uma situação intolerável, pois o Brasil é um grande produtor de alimentos. O quadro real é que o Brasil não está crescendo. Está estagnado economicamente e precisa retomar o crescimento. O Brasil precisa ter a confiança do investidor externo. Quem olha de fora do Brasil vê o país com extrema desconfiança e não vai colocar dinheiro no país. Nosso projeto econômico é emprego e a volta do crescimento econômico”, explica.
Moro afirmou que é uma alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro
“Eu sou uma alternativa a ambos (Lula e Bolsonaro). Em relação ao PT, eu fazia um trabalho como juiz. E o que teve lá? Grandes escândalos de corrupção: o Mensalão, o Petrolão, que era o loteamento político da Petrobras para arrecadação de suborno para políticos e partidos. A Lava jato veio, eu tava lá como juiz, e dei um basta nisso. A Petrobras ia quebrar com toda aquela roubalheira. Não tenho nada pessoal contra o ex-presidente Lula, mas isso aconteceu no governo dele, do PT. Foi o maior escândalo de corrupção da história. Quando fui para o governo do presidente Bolsonaro, isso foi depois das eleições. Eu nem conhecia o Bolsonaro. Eu proferi a sentença contra o Lula foi em 2017. Nem tinha eleição naquele ano. Fui lá porque tinha um projeto de país para consolidar o projeto contra a corrupção, contra o crime organizado. Nós conseguimos uma parte disso. Diminuímos em 2019 em 19% o número de assassinatos. Mas tive que sair porque não tive o apoio e sofri sabotagem do presidente Bolsonaro no combate à corrupção”, destaca.
Para Moro, a CPI proposta pelo deputado Paulo Teixeira (PT) para investigar atuação na empresa Alvarez & Marsal é um ataque à minha pré-candidatura.
“Essa CPI é medo que volte que volte o combate à corrupção no país. É um ataque à minha pré-candidatura. O Centrão tem medo, o PT tem medo. A nossa proposta é diferente do Lula, do Bolsonaro, pois vamos enfrentar a corrupção. A lei vale pra todo mundo. Vamos ter o controle da inflação, vamos gerar emprego, tudo isso é importante, porque muda a vida de pessoas pra melhor. Erradicação da pobreza. Mas a gente precisa também combater a corrupção. Inventaram essa CPI por motivos que não existem e querem minar minha pré-candidatura. Minha consciência está tranquila. Não enriqueci como juiz e nem como ministro. Quando sai do serviço público, fui contratado para trabalhar no exterior e nunca recebi dinheiro com empresas relacionadas a Lava jato, sequer da Odebrescht. Quem recebeu e prestou serviço para Odebrescht foi o Lula. Isso tá muito claro durante operação Lava jato”, frisa.
Em relação a governabilidade caso eleito presidente da República, Moro diz que o Podemos está fazendo projeto para garantir a governança.
“Estamos construindo um projeto com especialistas. Vamos rodar o país e apresentar esse projeto, vamos ouvir as pessoas. O Podemos está se estruturando no Piauí. Nós temos o João Vicente Claudino, que é um nome importante dentro do estado. Eu vou aí conversar com as pessoas. Um projeto de país envolve os estados regionais. A gente ouve muita coisa do Piauí, das dificuldades que as pessoas têm, com um nível de pobreza elevado no estado, mesmo com vários anos de governo do PT, que diz que governa para os pobres, mas a situação das pessoas não tem melhorado. Tem o porto que não foi concluído, as estradas que não tem manutenção, precisa aumentar a área irrigada. Tem o projeto dos Tabuleiros Litorâneos que precisa de incentivo. Tendo projeto, você consegue fazer aliança política. O PT fez o mensalão. O Bolsonaro é com rachadinha e o orçamento secreto. O meu nome é colocado à presidência para agir diferente. Não quero escândalos de corrupção. Vamos fazer um projeto e uma aliança política para garantir a governabilidade”, projeta.
Moro explicou que vem conversando com vários partidos para formar a chapa para disputar a presidência.
“Nosso projeto é amplo, mais grandioso. Você precisa ouvir as ideias e construir através de diálogo um projeto conjunto, é uma experiência bastante gratificante. Nós estamos conversando com vários partidos. Queremos fazer alianças em cima de um projeto. Vamos lembrar do plano Real, que foi bem-sucedido de controle da inflação. Na época, houve um pacto político pela estabilidade da nossa moeda. É o mesmo que a gente tem que fazer agora. Vamos fazer esse pacto agora visando crescimento econômico e melhoria da qualidade das nossas instituições.
O ministro acrescentou que vai retomar a agenda de viagem pelo país, interrompida após contrair Covid-19, e anunciou que virá ao Piauí para filiação do ex-senador João Vicente Claudino ao Podemos.
Da Redação
Com informações do cidadeverde.com