Uma rocha se soltou de um paredão em um cânion e atingiu quatro lanchas hoje (8), em Capitólio, cidade turística de Minas Gerais, localizada a cerca de 290 km de Belo Horizonte. A imagem do desabamento foi flagrada por um turista que estava em outra embarcação. Sete mortos foram confirmados ainda no local e estima-se que 20 pessoas seguem desaparecidas até o momento, segundo informação do Corpo de Bombeiros.

Outras 23 vítimas já foram atendidas e liberadas na Santa Casa de Capitólio e nove seguem hospitalizadas: duas estão na Santa Casa de Piumhi (com fraturas abertas, expostas), três vítimas foram levadas para a Santa Casa de Passos (não há confirmação do estado de saúde delas) e outras quatro vítimas estão na Santa Casa de Misericórdia de São José da Barra (com ferimentos leves).

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro embarcações sofreram impacto —direta e indiretamente— após o desprendimento da pedra. São elas: embarcação EDL (da qual 14 pessoas foram resgatadas com vida); Jesus (dez pessoas foram resgatadas com vida); uma lancha vermelha, sem identificação (dez vítimas socorridas); e Nova Mãe (nove vítimas foram socorridas).

As autoridades estimam que de 70 a 100 pessoas estavam no local, agora isolado e fechado. A Marinha do Brasil informou que vai instaurar inquérito para “apurar causas, circunstâncias do acidente/fato ocorrido”.

O Corpo de Bombeiros informou ainda que atua no local com apoio de cerca de 40 militares, uma equipe de mergulhadores especializados e uma aeronave Arcanjo 08, caso seja necessário a transferência de uma das vítimas para Belo Horizonte. O trabalho de mergulho será interrompido à noite, em razão de segurança das guarnições, mas os trabalhos de busca devem continuar.

A Polícia Civil, por sua vez, anunciou que os peritos criminais também estão no local do desabamento para identificar os danos e as causas do acidente. Os corpos das vitimas serão encaminhados para IML de Passos, onde será feito exame necroscópico para saber causa de morte, para saber se houve afogamento, politraumatismo contuso e exame toxicológico.

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), lamentou o acidente por meio de mensagem publicada nas redes sociais e disse acompanhar o caso desde os primeiros momentos.

Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.Romeu Zema, em seu perfil

Imagem impressiona
No vídeo, que viralizou pelas redes sociais, é possível ver que o impacto das pedras causa uma forte onda e atinge lanchas no local. Várias pessoas que estavam em outras embarcações entram em desespero ao ver a imagem do desabamento. (Assista ao vídeo acima)

De acordo com o tenente Pedro Aihara, porta-voz da corporação em Minas, ao menos quatro lanchas foram diretamente atingidas pela rocha que desabou. Além da perícia na região, será feita uma avaliação no local para definir se há riscos de novos rompimentos.

“O normal é que aconteça desprendimento das rochas, pelas características delas, mas que sejam menores. E geralmente quando a gente tem esses escorregamentos planares, em que a rocha sai num bloco compacto, a forma de queda não costuma ser para frente”, disse o tenente em entrevista. “Geralmente, ela cai na mesma posição. Dessa vez, a estrutura caiu como um dominó e o que atingiu as pessoas foi a parte de cima, numa trajetória perpendicular.”

No fim da manhã, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região de Capitólio com possibilidade de “cabeça d’água”. “Evite cachoeiras no período de chuvas”, diz o texto.

Cinco agências de turismo que organizam passeios de barco pela região. Nenhuma delas, porém, havia levado clientes a Capitólio hoje. Enquanto uma das empresas informou que não promove excursões em dias de chuva intensa, as demais afirmam não conseguiram formar grupos em número suficiente, devido ao mau tempo.

Como os parques não impõem restrições, a decisão de organizar excursões pelo local ou não fica a critério de cada agência. Também são frequentes passeios com lanchas particulares, segundo as empresas.

Fonte: R7.com

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