“Olhais” – Uma retrospectiva de André Pessoa sobre as Serras da Capivara e das Confusões – (I)

​Do espetacular livro de André Pessoa – Olhais –, retiro alguns dados e informações preciosas sobre São Raimundo Nonato e Caracol, especialmente, e o seu entorno para escrever este trabalho.

André Pessoa é um pernambucano, nascido em março de 1969, no bairro Madalena, na Capital Recife. É radicado no Semiárido piauiense, polígono da seca, de São Raimundo Nonato. É fotógrafo documentarista, com exposições de sucesso no Brasil e no exterior. Visitou mais de 30 países nas diferentes partes do planeta. E conhece todos os 27 estados brasileiros e as suas capitais.

​Conhece, como ninguém, o Parque Nacional da Serra da Capivara, Patrimônio Cultural da Humanidade, bem como o Parque Nacional da Serra das Confusões.

​É o autor das imagens que levaram o Governo Federal a criar o Parque Nacional da Serra das Confusões em 1998, atualmente com 823 mil hectares, uma das maiores áreas de conservação do Brasil.

​No livro Olhais, publicado 2021, André Pessoa faz uma incursão fotográfica nas belezas naturais da Serra da Capivara, com imagens das inscrições rupestres, dos cactos, dos animais, dos enormes paredões esculpidos pela ação dos ventos, da chuva, do sol, etc., cujo trabalho histórico da natureza não conseguiu até o momento, descaracterizar o empoderamento da área ambiental que vai permanecer e continuar a posição histórica estudada por Niéde Guidon.

​Esse trabalho de André Pessoa vai preservar os bens naturais existentes, entretanto, mostrará que “nos domínios da Caatinga vivia-se a epopeia da expansão da pecuária e as tentativas de sobrevivência em lugar tão carente” que é o Semiárido.

​Os domínios da Caatinga, conhecida pelos caçadores de peles de gatos-do-mato e onças, muitos deles da Bahia ou Pernambuco, e pelos catadores de maniçoba do Piauí, os “Gerais”, uma imensa gleba de áreas inabitadas, totalizando quase mil quilômetros quadrados entre os municípios de Canto do Buriti ao Norte, São Raimundo Nonato ao Sul, Bom Jesus do Gurgueia a Oeste, e São João do Piauí a leste, sempre foi um lugar isolado, com muita vida animal. E aqui os caçadores impunham as suas armas contra os animais nativos.

​Não apenas os animais eram vítimas doa caçadores. A floresta nativa era derrubada. As árvores que eram retiradas da mata virgem para compor o comércio nacional das madeireiras. As quatro espécies mais procuradas: pau d’arco, jatobá, aroeira e angico que eram usados para construir casas dos poderosos ricaços da elite política rural e empresarial do Norte, notadamente, e do Brasil. Quiçá do planeta!…

​E André Pessoa no seu belo trabalho de desbravamento fotográfico da natureza selvagem do Semiárido, “entre os anos 1998 e 1990 teve o privilégio de conhecer a região do Cangula ao fazer registros de pinturas rupestres no entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara para a Fundação do Homem Americano.

​A Cangula da Chapada da Serra Branca, dos parques nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões, além do Corredor Ecológico, um mosaico natural de valor incalculável, configurando uma das últimas áreas selvagens do Nordeste brasileiro.

​A Serra das Confusões, o Corredor Ecológico e a Serra da Capivara estão encravados nos municípios de Canto do Buriti, Tamboril do Piauí, Brejo do Piauí, Jurema, Guaribas, São Braz, São Raimundo Nonato, Caracol e Anísio de Abreu.

​“Olhais” faz um apanhado do território dos parques Serra das Confusões (523 mil hectares), nascentes do Rio Parnaíba (700 mil hectares), Serra da Capivara (412 mil hectares), Serra Vermelha (300 mil hectares), Chapada da Serra Branca (23.654 hectares), perfazendo um colossal território de terra adusta e árida, com dimensão planetária, de 1.959.654 hectares.

​O livro “Olhais” de André pessoa é um pequeno, mas talentoso trabalho em defesa patriótica, cívica e intransigente da flora e da fauna, do meio ambiente, da natureza, das riquezas extraordinárias contidas nesses cinco parques ecológicos que preservam e guardam um patrimônio incomensurável que têm em Niede Guidon o ineditismo em criar em São Raimundo Noanto, o museu do Homem Americano, com pesquisas antropológicas, sociológicas, políticas, econômicos e sociais para provar, cientificamente, que o homem Americano passou, primeiramente, pelas serras e montanhas do extremo Sul do Piauí, que se transformaram em um centro científico internacional de pesquisa de referência, da cultural planetária.

MAGNO PIRES é Diretor-geral do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí – IAE-PI, Ex-Secretário de Administração do Piauí e ex-presidente da Fundação CEPRO, advogado da União (aposentado), professor, jornalista e ex-advogado da Cia. Antáctica Paulista (hoje AMBEV) por 32 anos consecutivos. Vice-presidente da Academia Piauiense de Letras-APL.

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