Nutricionista dá dicas de alimentação para pacientes que se recuperam da covid

No dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quarta, 7 de abril, o Estado do Piauí continua sua luta no combate ao avanço do coronavírus. Até a presente data são 212.348 casos confirmados e 4.298 óbitos, segundo dados da Secretaria de Saúde.

Em meio a esse turbilhão de casos de infecção, a boa notícia é que pelo menos 12.495 pessoas já obtiveram altas médicas, o que representa não só uma folga no sistema de saúde, mas também um alívio para as famílias.

Mas ao contrário do que muitos pensam, a batalha não encerra com a alta médica. Os cuidados em casa, com a continuidade da medicação, fisioterapia e alimentação são importantes para a plena recuperação do paciente.

Glayson Moura, Professor do Centro Universitário UniFacid dos cursos de Nutrição e Gastronomia e Mestre em Ciências e Saúde, diz que não existe um alimento milagroso que contribuirá para melhora da saúde após alta de covid-19. No entanto, ressalta que algumas condutas nutricionais podem ser tomadas para melhorar as alterações clínicas apresentadas nos pacientes.

A aposentada Margarida Sabino, 73 anos, por exemplo, enfrenta essa fase de recuperação em casa após a alta hospitalar e tenta manter uma alimentação balanceada de acordo com as recomendações do nutricionista. “É uma adaptação diferente, mas tem sido positiva pois estou seguindo com uma alimentação saudável e muito focada na minha recuperação, principalmente por conta da fraqueza que ainda sinto em consequência da doença”, afirma.

Formado em Coach Nutricional e Neurocoach Aplicado à Nutrição (ACN), o Professor do Unifacid, Glayson Moura, elenca uma série de condutas nutricionais a pacientes que se recuperam de covid. Ele aponta, inclusive, dicas conforme o quadro atual da pessoa. Confira:

Para pacientes com quadro de ansiedade:
– Consumir chás calmantes (camomila, melissa, mulungu, passiflora);
– Reduzir o consumo de bebidas estimulantes (café, chá preto e verde);
– Evitar o excesso de informações negativas;
– Reduzir o consumo de açúcar, gorduras saturadas e carboidratos simples;
– Manter o sono regular.

Para pacientes com quadro de distúrbios do sono:
– Consumir chás calmantes (camomila, melissa, mulungu, passiflora);
– Reduzir o consumo de bebidas estimulantes (café, chá preto e verde) próximo ao horário de dormir;
– Reduzir o consumo de açúcar e bebidas açucaradas;
– Consumir alimentos que contenham triptofano (aminoácido que aumenta a produção de serotonina – hormônio que regula o humor, apetite e o sono), tais como: soja, amendoim, aveia, lentilha, carne bovina, banana, cereja, kiwi, chocolate amargo, leite e iogurtes naturais.

Para pacientes com quadro de alterações no peso corporal:
– Conscientização que a alimentação deve ser o mais saudável possível;
– Procurar se alimentar em horários regulares e tentar fazer de seis a oito refeições por dia;
– Ter uma ingestão adequada de nutrientes, para isso deve-se consumir mais alimentos in natura, como arroz, feijão, ovos, carnes em geral (preferência às carnes sem gordura), frutas, legumes e verduras;
– Priorizar a oferta de temperos naturais nas preparações;
– Limitar o consumo de alimentos processados e evitar os alimentos ultra processados (industrializados), pois são alimentos que apresentam substâncias que fazem mal a nossa saúde;
– Caso haja perda de peso, um plano alimentar hipercalórico é uma opção, além da utilização de suplementos nutricionais – hipercalóricos e hiperproteicos (conforme orientação do profissional de nutrição).

Para pacientes com quadro de alterações de olfato e paladar:
– Conscientização da importância da alimentação, apesar das alterações sensoriais;
– Procurar consumir alimentos de acordo com a preferência (desde que saudáveis);
– Procurar se alimentar em horários regulares e tentar fazer

de seis a oito refeições por dia e em menor quantidade;
– Quando necessário, utilizar complementos nutricionais com flavorizantes e aromas;
– Consumir os alimentos em temperaturas elevadas, de forma que estimule outros sentidos;
– Consumir alimentos com sabores mais acentuados, além de apostar em ervas aromáticas e naturais nas preparações;
– Consumir alimentos fontes de zinco em todas as refeições, tais como: aves, carnes vermelhas, nozes, sementes de abóbora, sementes de gergelim, frutos do mar e lentilha.

Para pacientes com quadro de estomatite e/ou fissuras orais:
– Conscientização da importância da alimentação;
– Modificar a consistência das preparações (respeite sua tolerância);
– Evitar consumir alimentos secos, duros ou picantes;
– Não consumir alimentos irritantes à mucosa.

Para pacientes com quadro de cansaço respiratório:
– Conscientização da importância da alimentação;
– Modificar a consistência das preparações (branda, pastosa ou líquida pastosa);
– Fracionar a alimentação em seis a oito refeições por dia e em menor quantidade;
– O plano alimentar deve ter uma densidade energética elevada e quando necessário deve ser utilizado suplementos nutricionais – hipercalóricos e hiperproteicos (conforme orientação do profissional de nutrição).
– Consumir chás que auxiliam no alívio da congestão nasal (gengibre, canela, cúrcuma e hortelã).

Para pacientes com quadro de disfagia pós-intubação orotraqueal:
– Conscientização da importância da alimentação (paciente e acompanhante);
– Modificar a consistência das preparações (branda, pastosa ou líquida pastosa), conforme aceitação do paciente e de acordo com as orientações do fonoaudiólogo;
– Utilizar espessantes em caso de disfagia a líquidos, líquidos-pastosos e pastosos;
– Em caso de disfagia a alimentos sólidos, deve-se ingerir pequenos volumes de líquidos junto às refeições para facilitar a mastigação e a deglutição;
– Evitar alimentos secos, tais como: bolachas, pães, farofas, casca de frutas e de vegetais;
– Usar preparações de fácil mastigação (preferir alimentos umedecidos);
– Tornar as refeições mais coloridas e atrativas;
– Estimular a mastigação em caso de disfagia para alimentos sólidos>

Fonte: Ascom

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