Míssil russo mata 2 na Polônia, país-membro da Otan

Duas pessoas morreram nesta terça-feira (15) na Polônia depois que o país foi atingido por um míssil russo. A informação foi confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores da Polônia, que convocou o embaixador russo para tratar do caso.

O míssil caiu em uma fazenda de grãos no vilarejo de Przewodów, que fica no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia. De acordo com o governo polonês, a cidade foi atingida por volta das 15h40 no horário local (11h40, no horário de Brasília).

A Polônia é um país-membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar formada em 1949 e que hoje conta com 30 países, incluindo EUA, Canadá, Reino Unido e França.

Os membros concordam em ajudar uns aos outros no caso de um ataque armado contra qualquer Estado membro. Na prática, um ataque a um país da Otan é considerado um ataque a todos os outros integrantes da aliança.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que é muito provável que o país acione o Artigo 4 da Otan em uma reunião marcada para esta quarta-feira (16).

O Artigo 4 da Otan diz que “as Partes consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das Partes”.

O que diz a Polônia
O chefe do Escritório de Segurança Nacional da Polônia, Jacek Siewiera, disse que o presidente da Polônia conversou com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, sobre a queda do míssil.

“Verificamos as premissas do Artigo 4 da Otan. Estamos em contato com nossos aliados e esperamos conversas com o lado americano”, declarou Siewiera.

Segundo a Reuters, embaixadores membros da Otan vão se encontrar na quarta-feira para debater o assunto. Um dos diplomatas que confirmou o encontro à agência afirmou que a Organização “vai agir cautelosamente e precisará de tempo para verificar o que aconteceu com precisão”.

O que diz a Rússia
Antes de a Polônia afirmar que seu território foi sido atingido por um míssil russo, o Ministério da Defesa da Rússia negou a alegação, que classificou como “uma provocação deliberada com o objetivo de agravar a situação”.

Em comunicado, o governo russo afirmou que “nenhum ataque a alvos perto da fronteira entre Ucrânia e Polônia foi feito por meios de destruição russos”.

Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que não tem informações sobre o incidente.

Reação de países da Otan
Após a confirmação sobre a explosão, a Otan afirmou que está em contato com a Polônia. “Estamos analisando estes relatos ligados à explosão na Polônia e em coordenação próxima com nossa aliada Polônia”, disse a aliança em comunicado.

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, disse que os relatos sobre a Polônia são preocupantes. “Estamos trabalhando com nossos parceiros do governo polonês e nossos parceiros da Otan para obter mais informações e avaliar o que aconteceu. Faremos essa determinação e também determinaremos as próximas etapas apropriadas”, afirmou.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu por “trabalhos de verificação necessários” e afirmou que a reunião do G20 na quarta-feira (16) será importante para aumentar a atenção com a guerra na Ucrânia.

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, por sua vez, afirmou que o governo britânico está “investigando com urgência relatos de mísseis caindo na Polônia”. Ele também afirmou que está em contato com a OTAN e com o governo polonês.

Fonte: globo.com

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