Justiça arquiva inquérito da morte do ex-prefeito Firmino Filho

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, decidiu por determinar o arquivamento do Inquérito Policial da investigação da morte do ex-prefeito Firmino Filho, ocorrida na tarde do dia 6 de abril deste ano.

As investigações estavam sendo realizadas pelo Departamento de Homicídio e Roteação a Pessoa (DHPP), através do delegado Divanilson Sena, que presidiu o inquérito. Além disso, depoimentos de alguns personagens do caso foram liberados no processo, que para o magistrado, há a ausência de tipicidade penal.

De acordo cm o inquérito, foram ouvidas as pessoas que tiveram contato nos últimos dias de vida com o ex-gestor da capital. Entre eles está a da viúva Lucy Soares, que cita que Firmino ‘estava muito triste, muito calado e olhando perdido para o tempo’. Lucy descartou problemas no casamento e citou que sua tristeza poderia estar atrelada a saída da prefeitura, após muito trabalho durante a pandemia, a nova rotina de trabalho no Tribunal de Contas da União (TCU). A filha Barbara Carvalho Silveira Soares também prestou depoimento no inquérito.

Justiça arquiva inquérito da morte do ex-prefeito Firmino Filho
Lucy Soares e Firmino Filho

Depoimento de Lucy Soares:
“A depoente estava em sua residência, quando recebeu uma ligação de uma amiga que foi à sua casa dar a notícia do que havia acontecido com Firmino Filho, momento em que ficaram aguardando mais informações. Nesse momento, a depoente ligou para seu genro BRENO e para seus filhos BARBARA e BRUNO, pedindo que fossem à casa da depoente. No dia 06/04/2021, por volta das 8h10, FIRMINO, após ter dormido sozinho na casa de onde o casal planejava se mudar, apareceu no apartamento para o qual estavam se mudando para tomar café. FIRMINO já chegou ao apartamento arrumado para ir ao trabalho no TCU. Perguntada se havia constatado algo de anormal com FIRMINO, a depoente afirmou que, desde fevereiro deste ano, notou que a vítima estava muito triste, muito calada, olhando perdido para o tempo. Quando perguntava para o ex-prefeito o que ele tinha, ele apenas dizia que estava triste, momento em que a depoente tentava animá-lo. Acerca do motivo da tristeza, FIRMINO não dizia especificamente o motivo, mas a depoente acreditava ser a saída da prefeitura, após muito trabalho durante a pandemia, e a nova rotina de trabalho no TCU, bem como o agravamento da pandemia. Ainda, a depoente afirmou que não havia qualquer problema no casamento. Por fim, a viúva afirmou que tem certeza que a vítima cometeu suicídio, não havendo necessidade de analisar dados do celular e expor conteúdos de conversas privadas entre ela e seu ex-marido, e que não acredita que alguém tenha induzido, instigado ou auxiliado o prefeito a cometer suicídio”.

Outro depoimento do inquérito é da ex-chefe de Firmino Filho, que reside em Brasília-DF, Ana Lúcia Epaminondas. Segundo sua fala, ele teria relatado dificuldade de retorno ao trabalho e confessou que estaria em depressão, que estava usando medicamentos que atrapalhavam sua memória.

Depoimento de Ana Lúcia Epaminondas:
“Em determinado momento da conversa, a vítima diz que retornou ao trabalho por indicação médica para ocupar a mente com outras atividades, mas que não estava conseguindo acompanhar e iria solicitar uma licença médica pois estava muito mal e enfatizou outras vezes que ‘estava mal’. O suicídio ocorreu três dias após a conversa”, diz trecho do depoimento.

Outro personagem que surgiu diante do inquérito instaurado foi o auxiliar de serviços gerais do TCU, Bernardo da Cruz Ferreira, que teria sido uma das últimas pessoas a ter contato com Firmino. “O depoente não notou nada de diferente na vítima, pois não estava chorando, estava normal, sem qualquer alteração de humor. Nesse momento, o copeiro afirmou que não havia mais ninguém na salinha de reunião nem na varanda neste momento, que FIRMINO FILHO estava sozinho, o tempo todo olhando o celular. O funcionário afirmou que não achou estranho a vítima estar ali, pois muitos servidores vão à varanda, tirar fotos, e que jamais imaginou que o ex-prefeito iria se jogar”, descreveu o copeiro.

Depoimento de Bernardo da Cruz:
“Por volta das 15h10, o depoente afirmou que foi até a salinha de reunião realizar a limpeza, tendo visto Firmino Filho em pé na varandinha da salinha de reunião. O ex-prefeito estava mexendo no celular, como se estivesse lendo algo. O depoente, ao ver a vítima, perguntou “posso entrar? Vou só limpar aqui, é rapidinho”, tendo o ex-prefeito sorrido e dito “pode entrar”. O depoente então limpou a mesa da salinha de reunião em pouco tempo, aproximadamente dois minutos. O depoente ainda indagou ao ex-prefeito, “olhando para o tempo?”, e FIRMINO respondeu “só tomando um vento”. O depoente não notou nada de diferente na vítima, pois não estava chorando, estava normal, sem qualquer alteração de humor. Nesse momento, o copeiro afirmou que não havia mais ninguém na salinha de reunião nem na varanda neste momento, que FIRMINO FILHO estava sozinho, o tempo todo olhando o celular. O funcionário afirmou que não achou estranho a vítima estar ali, pois muitos servidores vão à varanda, tirar fotos, e que jamais imaginou que o ex-prefeito iria se jogar. Até que, por volta das 15h40, estava no banheiro, quando escutou um grito de outra colega, tendo saído e perguntado “o que foi? o que foi”?”, e ela havia respondido, desesperada, “o Dr. FIRMINO caiu!”.

Laudo
De acordo com a decisão, os depoentes foram uníssonos em afirmar não viam Firmino fazendo ingestão de remédios e bebida alcoólica. O Laudo Cadavérico concluiu que a morte do ex-prefeito foi causada por politraumatismo secundário.

Da Redação

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