Estado Islâmico assume autoria de ataques em aeroporto no Afeganistão

O grupo terrorista Estado Islâmico Kohrasan assumiu, na tarde desta quinta-feira (26), a autoria das explosões no Aeroporto Internacional de Cabul que mataram ao menos 72 pessoas.

A confirmação, segundo a Reuters, foi feita pela agência de notícias Amaq ​News, ligada ao EI, em grupos do aplicativo Telegram. Mais tarde, o presidente dos EUA, Joe Biden, em pronunciamento sobre os ataques, também os atribuiu ao EI-Kohrasan.

De acordo com o relato do grupo no Telegram, um homem-bomba ligado à facção teria burlado controles de segurança e se aproximado de tradutores e pessoas que colaboraram com os americanos. A mensagem cita que esse ataque matou cerca de 60 pessoas e feriu mais de cem, incluindo membros do Talibã, grupo fundamentalista islâmico que retomou o controle do Afeganistão após 20 anos.

As explosões atingiram os arredores do aeroporto Hamid Karzai, em Cabul, onde afegãos e ocidentais se concentram para tentar uma vaga na operação de retirada de pessoas do país, liderada pelos EUA.

Segundo informações do Wall Street Journal, entre as vítimas dos ataques estão ao menos 60 afegãos; o governo americano também confirmou a morte de 12 militares do país —no que pode representar um dos mais mortais ataques às forças dos EUA em 20 anos de guerra.

As explosões ocorreram depois de a Casa Branca e seus aliados alertarem sobre riscos iminentes de atos terroristas por parte da filial afegã do Estado Islâmico. O chamado EI-K, em referência à região de Khorasan, é um adversário declarado do Talibã. O alerta dos países ocidentais impactou fortemente o processo de resgate de pessoas do país nesta quinta. A data final para a retirada das tropas americanas, reforçada pelo presidente Joe Biden, é no dia 31 de agosto.

As autoridades americanas já haviam dito mais cedo, à agência de notícias Associated Press, acreditar que o grupo terrorista fosse responsável pelo que foi descrito pelo Pentágono como “ataque complexo”.

À tarde, em entrevista coletiva, o chefe do Comando Militar americano, general Kenneth McKenzie, disse que os EUA estão empenhados em determinar os autores dos ataques e a agir contra eles. Segundo ele, o foco também é garantir que não houvesse novos atentados. “Temos outras ameaças ativas”, explicou. “O padrão é de ataques múltiplos e queremos estar preparados e prontos para nos defender.”

Cerca de 5.200 militares americanos têm feito a segurança do aeroporto de Cabul, segundo os EUA.

As duas explosões desta quinta atingiram os arredores do terminal. Uma delas ocorreu na principal entrada do terminal aéreo, o Abbey Gate, e outra próxima ao hotel Baron, nas imediações, de acordo com o Pentágono. A embaixada dos EUA em Cabul relatou ainda disparos com armas de fogo.

Um porta-voz do Talibã publicou um comunicado no Twitter em que diz “condenar veementemente” o atentado, “ocorrido em uma área onde as forças dos EUA são responsáveis pela segurança”. O grupo disse ainda que “presta muita atenção à segurança e proteção de seu povo”. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou o que chamou de “ataque terrorista, que matou e feriu civis”.

Fonte: Folhapress

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