O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (30) que seis regiões do estado paulista regrediram para a fase amarela do Plano São Paulo, que coordena as medidas de reabertura da economia no contexto da pandemia de covid-19. Com isso, todo o estado passa para a fase com mais restrições, incluindo a capital e regiões próximas dela. As regiões de Piracicaba, Campinas, Sorocaba, Grande São Paulo, Baixada Santista e Taubaté regrediram na reclassificação.

As novas restrições vêm um dia após o segundo turno das eleições municipais, no qual o atual prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) foi reeleito com o apoio de Doria, e incluem funcionamento limitado do comércio e de bares e restaurantes. A educação não será afetada de acordo com o governo paulista, que prometeu para uma reunião amanhã com os municípios para discutir novas medidas de controle da pandemia nas cidades.

“Com o claro aumento da instabilidade da pandemia, o governo de São Paulo decidiu que 100% do estado vai retornar para fase amarela do Plano São Paulo. Essa medida não fecha comércio nem bares e restaurantes. A fase amarela não fecha atividades econômicas, mas é mais restritiva para evitar aglomerações e contágio da covid-19”, explicou Doria durante entrevista coletiva sobre a pandemia realizada no Palácio dos Bandeirantes.

“Precisamos do apoio da população”, completou o governador, num pedido que foi reforçado pelas autoridades de Saúde do estado.

No comércio e serviços, a ocupação máxima permitida dos estabelecimentos passa de 60% para 40%, e o horário de funcionamento é limitado a dez horas diárias. O limite de ocupação também vale para bares e restaurantes, assim como o horário reduzido, maior mudança em relação à fase verde. Já o consumo no local segue sendo permitido até as 22h. Além disso, eventos com público em pé estão proibidos.

Fiscalização intensificada
Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, anunciou que o governo intensificará significativamente a fiscalização para garantir o cumprimento das novas medidas. Gorinchteyn afirmou que a administração estadual pretende quadriplicar o número de fiscais para tentar impedir aglomerações. Nas últimas semanas, festas clandestinas, por exemplo, têm sido relatadas com frequência no estado.

“Todos nós temos que impedir que o vírus continue circulando”, afirmou Gorinchteyn.

O secretário negou que o governo tenha reduzido a fiscalização nas últimas semanas. Segundo Gorinchteyn, o estado realizou até agora mais 110 mil ações de fiscalizações e aplicou mais de mil atuações.

O secretário afirmou que a população necessita de mais “responsabilidade” neste momento de piora da pandemia. A preocupação de Gorinchteyn foi seguida por João Gabbardo, que é o coordenador-executivo do Centro de Contingência.

“Não estamos nem um pouco confortáveis com dados dessa última semana. O fato de as regiões regredirem devem representar essa preocupação”, disse Gabbardo.

Já Doria reconheceu que o isolamento social tem apresentado esgotamento. “O país está exausto de isolamento, de contingência. Reconhecemos isso. Ainda temos que mantê-las com firmeza, com respeito à ciência e saúde”, afirmou.


Fonte: Folhapress
Foto: Agência Brasil