Bivar desiste da disputa ao Planalto, e União Brasil deve se aliar ao Podemos

O presidente da União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), disse neste domingo (31) que tentará um novo mandato na Câmara dos Deputados e que não manterá sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

O aviso, feito um dia antes em grupo de WhatsApp de parlamentares do partido, foi repetido na convenção estadual da União em Pernambuco, no Recife.

Bivar não pontuou na pesquisa Datafolha da semana passada, que mostra o ex-presidente Lula (PT) 18 pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL).

Na convenção, Bivar falou em uma possível aliança com o Podemos no primeiro turno, tendo a senadora Soraya Thronicke (MS) como candidata da União Brasil na corrida ao Palácio do Planalto.

Eleita na onda bolsonarista de 2018, Soraya está no meio do mandato no Senado Federal —tem mais quatro anos pela frente.

Durante discurso, Bivar também fez defesa da democracia e lembrou o período da ditadura militar no país. “Eu, talvez, seja um dos poucos que está aqui que vivi um momento delicado quando era estudante da faculdade de direito. Precisamos antes de tudo preservar a nossa democracia e a liberdade.”

A articulação para que Bivar desistisse de concorrer ao Planalto envolveu Lula. Inicialmente, Bivar tentou levar o partido a apoiar o petista. Integrantes da cúpula da União Brasil, porém, rechaçaram a hipótese.

Para aliados do petista, conseguir mais espaço na TV traria um impacto importante para a campanha e aumentaria as chances de uma definição ainda no primeiro turno —a União detém a maior fatia de fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda de rádio e televisão.

Na prática, porém, a troca de Bivar por Soraya nada deve mudar na disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro.

A União Brasil foi formada a partir da fusão do PSL —antiga sigla de Bolsonaro— com o DEM. A ala do DEM se opõe a uma aliança com Lula e argumenta que o bloco de Bivar não tem força nacionalmente para impor um acordo com o PT.

A hipótese de a União Brasil apoiar Lula no primeiro turno sempre foi considerada remota por integrantes da cúpula do partido. Isso porque há dirigentes da legenda, como Ronaldo Caiado, pré-candidato à reeleição em Goiás, que consideram que seriam prejudicados com o apoio ao petista.

Além disso, há ainda nomes como o de Mauro Mendes, pré-candidato ao Governo de Mato Grosso, que já declararam apoio a Jair Bolsonaro (PL).

Fonte: Folhapress

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