Pilotos e comissários de bordo decidiram, neste domingo (25), encerrar a greve da categoria. Os trabalhadores aprovaram a mais recente proposta patronal, apresentada pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). No total, 70,11% dos 5.834 votos foram favoráveis à proposta e 27,8% foram contrários.

A proposta aprovada manteve o reajuste de INPC mais 1% (totalizando 6,97%) da oferta anterior, mas atendeu alguns pontos envolvendo condições de trabalho como pagamento de multa se as companhias aéreas não cumprirem horários de escala e liberdade para que as folgas dos aeronautas sejam iniciadas aos finais de semana.

Conduzida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a votação teve início às 6h de sábado e foi encerrada 12h deste domingo, de forma on-line. A greve parcial começou na segunda-feira passada. A rotina de paralisações entre 6h e 8h da manhã foi suspensa no fim de semana de Natal diante da votação da nova proposta.

O movimento grevista provocou atrasos e cancelamentos em 1.125 voos apenas em Congonhas, Santos Dumont e GRU de segunda até sexta-feira.

A proposta aprovada endereçou um problema antigo da categoria ao delimitar um prazo de até quatro horas de atraso nas escalas — após esse período as empresas aéreas terão de pagar multa de R$ 500. Os sindicalistas afirmaram que alguns tripulantes tinham de esperar até mais de seis horas para iniciar um novo voo — isso sem serem renumerados. As exceções ocorrem diante de condições meteorológicas adversas ou manutenção não programada, que eleva o limite de mudança na escala até 12 horas antes da aplicação da multa.

Outra mudança para a categoria é a abertura de espaço para que o início das férias ocorra em qualquer dia da semana — criando assim uma exceção ao que diz a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que proíbe início durante os finais de semana. Dessa forma, o começo de férias não poderá coincidir apenas com o dia de folga ou de compensação de repouso semanal.

Na madrugada de quinta para sexta-feira, os pilotos e comissários haviam negado por 59,25% dos votos a proposta anterior mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para por fim à greve. O sindicato patronal havia elevado de 0,5% para 1% o ganho real de salário para a categoria — inicialmente o grupo pedia um ganho real de 5%.

A greve provocou de segunda até sexta-feira 407 atrasos e 154 cancelamentos em Congonhas, em São Paulo, enquanto, no Santos Dumont, no Rio, foram 362 atrasos e 165 cancelamentos. Os dados são da Infraero.

A greve foi aprovada pelos tripulantes no dia 15 e alcançou os aeroportos de São Paulo, Rio, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza — sempre das 6h às 8h. O TST determinou a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço durante o período de greve, sob pena de multa diária no valor de R$ 200 mil. A categoria manteve a operação, mas decolagens sofreram atrasos e chegam a ser canceladas.

Fonte: globo.com
Foto: Reprodução

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